Mulheres e carros: da produção ao consumo

Na semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, um pouco da história delas com o mundo do automóvel.

08/03/2023
Por: Banco Toyota Brasil
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Na semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, um pouco da história delas com o mundo do automóvel. Há algumas décadas, era raro ver a opinião feminina sobre carros ser considerada. Era até proibido mulher tirar carteira de habilitação! No entanto, a relação entre carro e mulher mudou e segue avançando. Foi-se o tempo em que frases machistas, como “mulher no volante, perigo constante”, eram aceitas.

Segundo estudos do DNIT (Departamento Nacional de Transportes), até março de 2021, o Brasil contava com 25,8 milhões de motoristas mulheres, o equivalente a 35% do total de CNHs válidas no país.

E elas não estão apenas na direção. As mulheres estão cada vez mais inseridas no setor automotivo, ocupando espaços na fabricação, venda, manutenção e consumo. Quando o assunto é trabalho, foi a partir da automação do processo de fabricação, quando a força física não se fazia mais tão necessária, que as mulheres começaram a entrar para esse universo. Outro fator para a maior presença feminina na área foi o aumento de alunas nos cursos de engenharia.

Na medida em que a mulher foi conhecendo, se capacitando com relação ao maquinário, a atividade deixou de ser exclusivamente masculina para ser mista.

A área de vendas também está sendo invadida por elas, uma vez que a mulher tem um grande poder de convencimento, porque estuda mais o produto e fala com propriedade sobre seus benefícios.

Mas nem tudo são flores. De acordo com estudo realizado pela Automotive Business sobre diversidade no setor automotivo, desde 2017, a participação feminina está estacionada em torno de 20% no quadro de colaboradores do setor. A representatividade na liderança é ainda menor.

Em 2021, apenas 16% das cadeiras de conselho eram ocupadas por mulheres. Elas são somente 12% nas posições de vice-presidência e presidência das empresas automotivas.

Com base em informações sobre remuneração de funcionários, a pesquisa mostra que a média salarial feminina é 15% inferior à masculina. Na liderança, essa diferença é ainda maior: de 45%. A desigualdade de remuneração é uma barreira para melhorar a atratividade, a inclusão e a retenção de talentos femininos, principalmente nos cargos de decisão. E, mesmo diante de um cenário tão desequilibrado, atualmente, apenas metade das empresas do setor tem ações para reduzir a desigualdade salarial entre os gêneros

Mulheres consumidoras
Quando o assunto é consumo, as mulheres estão saindo na frente. Estudos mostram que elas são o novo motor de vendas da indústria automotiva, influenciando 80% das compras de carros novos.

E não é só isso. Estudo da Jumpstart Automotive revela que, nos Estados Unidos, as mulheres já representam 65% dos compradores; e gastam, aproximadamente, US$ 300 bilhões por ano em veículos e acessórios. E tem mais: o público feminino que pretende mudar de carro em até um ano é 10% maior do que o masculino.

Depois de falar sobre a relação da mulher com os carros, vale a pena olhar para o passado e conhecer algumas mulheres que revolucionaram o setor automotivo.

Bertha Benz
Em 1888, a esposa do engenheiro Karl Benz, sem a autorização do marido, fez a primeira viagem de longa distância com um veículo motorizado. Ela percorreu cerca de 104 quilômetros entre as cidades de Mannheim e Pforzheim, na Alemanha.

Mary Anderson
Em 1902, Mary Anderson visitou Nova Iorque durante o inverno e, saindo para dar uma volta de bonde, percebeu a quantidade de vezes em que o motorista precisou parar para limpar o para-brisa, por causa da chuva. 

Ela desenhou um projeto que consistia em um limpador parecido com um rodo do lado de fora do vidro do bonde, com uma manivela do lado de dentro da cabine, segundo reportou o New York Times. Nascia o limpador de para-brisa.

Florence Lawrence
Nascida em 1886, no Canadá, é considerada a “primeira estrela do universo cinematográfico”, e desfrutou do ápice de sua carreira na década de 1910. O que não costuma ser contado sobre ela, no entanto, é que foi a inventora das luzes de seta e do freio automotivos.

Antes da invenção, os motoristas precisavam fazer gestos com os braços pelas janelas, para indicar que fariam uma curva. Florence criou uma dupla de bandeirinhas para serem fixadas atrás dos para-lamas. Quando ativada por botões elétricos dentro do veículo, uma bandeirinha se levantava, indicando a direção da curva a ser feita. Na traseira, uma placa com a palavra “stop” (pare) era ativada automaticamente quando o pedal de freio era acionado.

Alice Ramsey
Foi a primeira mulher a entrar para o Hall da Fama Automotivo, criado em 1939, nos Estados Unidos, para honrar as pessoas que contribuíram para a história do setor. Atualmente, a instituição tem 275 homenageados.

Alice foi a primeira mulher a atravessar os Estados Unidos dirigindo um Maxwell 30. A façanha aconteceu em 1909, quando ela tinha 22 anos, mas só entrou para o Hall em 2000.

Embora tenha ido com três amigas, ela foi a única a dirigir. Foram 6.115 quilômetros rodados, em 41 dias, 11 trocas de pneus, diversos problemas mecânicos, temporais e outros desafios pelas estradas, entre Nova Iorque e São Francisco, na Califórnia.

Denise McCluggage
Um ano depois de Alice Ramsey, Denise McCluggage se tornou a primeira jornalista a entrar na Hall da Fama Automotivo.

Denise foi uma das fundadoras do periódico, e hoje site especializado, AutoWeek, criado em Detroit, em 1968. Também foi a campeã na categoria Grand Touring, das 12 horas de Sebring, em 1961, pilotando uma Ferrari 250 GT SWB; e do Rali de Monte Carlo, em 1964, com um Ford Falcon.

Durante sua vida, Denise teve que superar o machismo institucionalizado do setor. Ela contou ao Hall da Fama Automotivo que tinha que entrevistar os pilotos através das cercas de arame, porque não era permitido que mulheres entrassem no pit, na garagem ou na área de imprensa da Indy. Falavam que as pessoas não iriam aceitar notícias escritas por uma mulher.

Helena Rother
Primeira mulher a se tornar designer de automóveis em uma grande montadora – a General Motors –, em 1943. À época, era raro mulheres ocuparem cargos importantes em grandes empresas. Helena abriu as portas das montadoras para elas.

Atualmente, seguindo os passos dessas figuras históricas, há muitas mulheres que marcam a indústria automotiva em diversas áreas estratégicas, da criação à liderança. 

Viviane Mansi

Um salto no tempo, Viviane Mansi é a primeira diretora e membro do board da Toyota no Brasil. Diretora de ESG e Comunicação da Toyota para América Latina e Caribe desde 2018, em 2020, Viviane assumiu também a presidência da Fundação Toyota do Brasil.

 

Ainda sobre a Toyota

Em 2022, a Toyota do Brasil tornou-se signatária do WEP (Women’s Empowerment Principles – na tradução livre, Princípios de Empoderamento das Mulheres), estabelecidos pelo Pacto Global da ONU e pela ONU Mulheres. Ao adotar os WEPs, a Toyota reforça o seu compromisso na promoção da equidade de gênero e do empoderamento feminino no ambiente de trabalho. 

Compromisso igualmente reforçado pela Jornada da Equidade, implementada na Toyota em 2020. Composta voluntariamente por homens e mulheres, por meio de cinco grupos de afinidades, a iniciativa é responsável pelas ações de diversidade, pautadas pela igualdade de gênero e projetos internos que visam envolver as mulheres e outros grupos minorizados em todas as áreas da empresa.

Atestado satisfatório dessa atuação, é o crescente número de mulheres trabalhando na linha de produção. Em 2018, eram 35, hoje, são 470. No total, são 855 funcionárias, trabalhando em setores como produção, engenharia, administração, comercial e finanças, o que significa 13% do quadro de profissionais da Toyota do Brasil.